segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Um Caminho de Volta ao Centro

Um ponto é o  verdadeiro centro de um círculo. Ele não tem dimensão e nem lugar e faz parte de uma outra ordem de ser, existe para além do mundo. O ponto simboliza a unidade, a totalidade, a perfeição, sendo por isso também em várias culturas um símbolo de Deus.

O ponto contém tudo em potência e não em estado manifesto. Como a semente e a planta adulta onde podemos reconhecer que no pequeno (semente) já está contido o todo (planta adulta). A lei do mundo é o movimento, a lei do centro é a quietute.

Vivemos no mundo da forma e estamos sempre insatisfeitos,  pois este nos inquieta, nos angustia, nos adoece. Carregamos em algum lugar profundo do nosso ser, um anseio que vem da sensação de que nossa vida pode ser bem mais do que é. Bem mais que trabalhar, pagar as contas, se casar, criar filhos, conquistar bens e consequentemente segurança material.  Há em nós uma sensação de que existe um estado em que podemos viver com mais satisfação e segurança interior. Onde somos capazes de sentimentos profundos, de prazer elevado e de entrega à vida sem medo.
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Sofremos, nos sentimos perdidos porque nos afastamos do nosso centro, do que verdadeiramente somos. E agora estamos a procura dele, pois só quando encontrarmos é que poderemos nos livrar de toda insatisfação que sentimos. Mas vocês devem estar se perguntando, onde podemos encontrar esse ponto? Na verdade, em parte alguma, porque ele não é uma localização precisa e em toda parte, pois ele é a base de todo nosso ser.

Quando Cristo declara "Ninguém chega ao Pai senão por mim", isso significa que há um só caminho para o céu ou para Deus, e que esse caminho leva, através do único centro da unidade adimensional e atemporal, de volta ao paraíso onde Adão e Eva ainda não sabiam que eram diferentes um do outro, porque na unidade não existe diferenciação.

Ao lado desta sentença do Cristo, há uma outra que a complementa: "Porque em verdade vos digo que o Reino do Céu está dentro de vós". Desse modo, a mandala passa a ser um mapa, não apenas de todo o universo, mas do panorama interior da nossa alma. Não é, portanto, de se admirar que por toda parte surja o mesmo mapa como sinal e símbolo, e que também seja reconhecido, em toda parte, pela essência interior de cada homem. Este símbolo sempre existiu e permanecerá para sempre, pois existe em em todos os níveis. Ele não permite que o elimine da Terra. Seja o que for que façamos à mandala , ela sempre ressurgirá e sempre tornaremos a reconhecê-la, que seja de um revolucionário ou na rosácea de Notre-Dame. 

A vivência da mandala nos ajuda aprender a trabalhar nossos círculos, a fazer com que eles se tornem cada vez menores até que toda a nossa vida gire em torno Dele. É um caminho pessoal que nos leva de volta ao centro.

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